Destaques

quadros comentados
 

“Mulher alienada”, “Autorretrato. enquanto moribundo” e “Estudos anatómicos”, “A louca”, “Fome, loucura e crime”

“Mulher alienada”, “Autorretrato. enquanto moribundo” e “Estudos anatómicos”, “A louca”, “Fome, loucura e crime”
“Mulher alienada”, “Autorretrato. enquanto moribundo” e “Estudos anatómicos”, “A louca”, “Fome, loucura e crime”
“Mulher alienada” (1822) (Theodore Gericault, 1791-1824), “Autorretrato. enquanto moribundo” (1824) e “Estudos anatómicos” (1818) (Theodore Gericault, 1791-1824), “A louca” (1921) (Chaim Soutine, 1893-1943), “Fome, loucura e crime” (1853) (Antoine Wiertz, 1806-1865))
Citação em destaque

A relação médico-doente, neste contexto tão específico, reveste-se de características muito particulares e diferentes de todos os outros cenários. Como afirmar, perante uma atrocidade cometida por alguém, que o seu autor tinha a autocrítica suficiente quando a praticou, para poder ser juridicamente culpabilizado? E, no caso de o não dever ser, como recuperá-lo, de modo a poder retornar ao convívio social, em sã liberdade? Quais os limites éticos do julgamento que se possa (e deva fazer) nestas circunstâncias?

Certamente que percecionaremos imediatamente o estado psicológico da mulher pintada pelo grande pintor judeu russo, Chaim Soutine, mas ficaremos um pouco atónitos com o título do quadro do belga Antoine Wiertz, sobretudo se procurarmos apreender a motivação que originou esta obra de arte, ou a mensagem que o autor pretenderia passar. Já no que se refere ao pintor francês, Theodore Géricault, alguns dados biográficos poderão ser algo esclarecedores: além da indiscutível competência técnica e estética do mesmo, sabe-se que colaborou muito com o médico e psiquiatra Étienne-Jean Georget no Hospital parisiense de Salpêtriére, e tinha o hábito de visitar as catacumbas onde se situavam os teatros anatómicos da altura, para se inspirar nalgumas das suas obras, tendo deixado um autorretrato muito perturbador. Porquê? Por influência da tuberculose que o iria vitimar, pouco depois?

 

Outros quadros comentados: