Notícias
Divulgação Cultural
Mostra | 24 de agosto 1820. A revolução em imagens | 25 nov. | 17h00 | BNP
24 de agosto 1820
A revolução em imagens
MOSTRA | 25 nov. ’21 | 17h00 | Sala de Referência | Entrada livre / até 22 jan. ’22
> As visitas à BNP obrigam à desinfeção das mãos. É recomendado o uso de máscara durante a permanência no edifício.
Quando falamos da Revolução Portuguesa de 1820 ou do triénio revolucionário até 1823, temos em conta um conjunto de fatores históricos que, à partida, marcaram as revoluções da Europa do sul. O primeiro é a condição pós-termidoriana da Revolução Francesa, em 1794, que anulou o período do «Terror» e o espectro do radicalismo jacobino, com a instalação da alta burguesia girondina no poder que entregaria a Napoleão em 1799.
Não menos importante, as invasões francesas à Península Ibérica que, no caso português, acarretaram, por um lado, a transferência da Corte para o Brasil e o perigo da perda da dependência do mercado brasileiro e, por outro, um domínio militar inglês de facto, não obstante a existência de uma Regência no continente; enquanto em Espanha permitiu o breve advento da experiência liberal de Cádis e de uma Constituição em 1812, compromissória com a monarquia de Fernando VII, que acabou por restaurar os antigos privilégios da nobreza e do clero espanhol.
Finalmente, o Congresso de Viena de 1814-1815 que repôs, após a conclusão das guerras napoleónicas, o absolutismo em toda a Europa, fazendo regressar o velho continente à ordem política e social do Antigo Regime.
Quando ocorreram as revoluções liberais em Espanha e Portugal, em 1820, a noção de revolução estava já depurada e estribava-se em compromissos vários, o primeiro dos quais assentava na crença no «bom e amado rei», na ausência de qualquer radicalismo ‒ aquilo a que Almeida Garrett veio a chamar uma «revolução feita pelo governo» e «sem que o povo nela entrasse». O seu epílogo foi a contrarrevolução e a entrada em massa dos liberais no exílio.
Ao contrário do que se havia verificado em França, logo desde 1789, e em Espanha a partir de 1808, o período revolucionário em Portugal seria marcado por uma escassa produção de imagens dos acontecimentos, que acabariam por transformar a face da monarquia. A constatação é tanto mais estranha quanto à época as invasões francesas tinham tornaram o reino numa personagem da cultura visual do período. Portugal não esteve ausente da gravura e da caricatura daqueles tempos, aparecendo, sobretudo, nas obras de origem britânica, sendo o país quase sempre identificado pela figura do príncipe regente D. João, embora nunca ocupando o lugar central das cenas retratadas.
Apresentando níveis de analfabetismo esmagadores, situação que não seria muito diferente da ocorrida na vizinha Espanha, seria de supor que em Portugal, o recurso à imagem (alegórica ou mesmo mais realista) fosse um instrumento usado pelas elites políticas envolvidas no processo revolucionário como forma de ilustração e de propaganda das mudanças que ocorriam ou se projetavam para a sociedade portuguesa. Todavia, tal situação nunca se confirmou. O regime fundado em 1820 acabou por não recorrer à cultura visual, enquanto utensílio de comunicação política, não se verificando qualquer tipo de aproveitamento pedagógico na difusão da nova ideologia junto das massas iletradas. A revolução liberal em Portugal foi uma revolução sem imagens.
A exposição agora apresentada na Biblioteca Nacional de Portugal evoca um período fundamental para o amadurecimento da modernidade política e social do país exibindo exemplos da escassa produção de representações visuais da revolução de 1820, cujo bicentenário recentemente se assinalou.
Fonte: bnportugal.pt
Outros artigos em Divulgação Cultural:
SEMINÁRIO | Ciência e Cultura. Quebrar Fronteiras: A ciência da alma na ‘Philosophia Libera’ (1673), de Isaac Cardoso | 23 set. ’24 | 14h30
“Nosce teipsum”, prescreveram os oráculos àqueles que desejavam conhecer a alma humana. Isaac Cardoso (1603/4-1683), num extenso capítulo com mais de 230 páginas a duas colunas, explora audaciosamente os intricados assuntos da alma.
Fórum Turismo Palmela: 30 de outubro – Encontro reflete sobre Turismo e Paz
“Turismo e Paz” será o tema deste Encontro, em alinhamento com o tema proposto pela Organização Mundial de Turismo para este ano, para reflexão sobre o papel fundamental do turismo na promoção da paz mundial
SETEMBRO NO AUDITÓRIO | ESPECTÁCULOS GRATUITOS
Segunda | 9 Setembro | 19.00 – Raquel Marinho e Filipe Raposo dão voz aos poemas de António Ramos Rosa, homenageando o autor que afirmou “escrevo tentando ouvir o rumor do desconhecido”. Segunda | 30 Setembro | 19.00 – Eduardo Ramos [voz e alaúde árabe] e Carlos Mendonça [flauta e percussão] interpretam cantigas dos séculos XIII a XVI, oriundas de três culturas distintas.
CONCERTO COMENTADO | ZECA AFONSO. Estudos Musicais para dois Violoncelos | 2 set. ’24 | 17h30 | Auditório
No âmbito das Comemorações Oficiais dos 50 Anos do 25 de Abril, em parceria com a Direcção-Geral das Artes e a Associação José Afonso (AJA), os Violoncelos de José Afonso apresentam o concerto comentado: “Zeca-Afonso – Estudos Musicais para Dois Violoncelos”