Notícias

Divulgação Cultural

Mostra | ​Seara Nova, editora de livros | 15 set – 31 dez. | BNP

Mostra |  Seara Nova, editora de livros | 15 set - 31 dez. | BNP

Seara Nova, editora de livros
MOSTRA | 15 set – 31 dez. ’21 | Mezzanine | Entrada Livre

> As visitas à BNP obrigam à desinfeção das mãos e à medição da temperatura à entrada do edifício e ao uso de máscara até à saída das instalações

A exposição Seara Nova, editora de livros pretende proporcionar uma visão de conjunto das publicações em livro que acompanharam a edição do célebre quinzenário de doutrina e crítica.

Embora o papel ímpar que a revista com o mesmo nome desempenhou na cultura portuguesa tenha sobrelevado sobre a restante atividade da Empresa de Publicidade Seara Nova, dada a conhecer em maio de 1921, o conjunto das obras que esta publicou, com aproximadamente seiscentos títulos, eleva-a à condição de uma das principais chancelas editoriais portuguesas do século XX.

Retirar os livros e os cadernos dados autonomamente à estampa da sombra tutelar da revista que soube reunir, nas suas páginas, a quase totalidade dos homens de cultura portugueses que não abdicaram da liberdade de pensamento doutrinário e crítico durante quase meio século de ditadura salazarista, constitui, hoje, um gesto de justiça elementar.

O mérito do catálogo que resulta da consideração do conjunto dos títulos publicados é inequívoco, pois inclui obras fundamentais do pensamento português contemporâneo como os primeiros volumes dos Ensaios, de António Sérgio e Páginas de Política, de Raul Proença; estudos, como Problemas escolares, de Faria de Vasconcelos e Civilização hindu, de Adeodato Barreto; obras literárias como O pobre de pedir, de Raul Brandão e Novelas eróticas, de Manuel Teixeira Gomes; e mesmo edições artísticas tão marcantes como Marchas, danças e canções, de Fernando Lopes Graça.

Simultaneamente à edição de livros, a Empresa de Publicidade Seara Nova publicou numerosos «cadernos», com estudos breves e temáticas muito variadas, que lhe conferem um lugar muito relevante também no domínio da difusão cultural. Ainda no âmbito da divulgação, o filólogo Manuel Rodrigues Lapa, que foi mais tarde diretor da revista, sobressaiu na direção da coleção «Textos Literários» com as apresentações e as seleções antológicas de clássicos das letras portuguesas que conheceram sucessivas reedições.

A par do mérito cultural, as edições em livro e em caderno da Empresa de Publicidade Seara Nova representaram um empreendimento político muito relevante no combate pela liberdade e pela democracia.

Raul Proença, António Sérgio, Jaime Cortesão, Rodrigues Lapa e muitos outros dos homens de cultura que dirigiram a Seara Nova durante mais de quatro décadas distinguiram-se como cidadãos exemplares cuja fidelidade intransigente à liberdade e à democracia acarretou vidas de abnegação cívica, feitas de deportação, exílio, prisão e expulsão de funções públicas.

As Edições Seara Nova tomaram, obviamente, parte neste combate conduzido sem desfalecimento. Foram, assim, objeto de numerosas proibições censórias e policiais, apreensões metódicas, mesmo quando expedidas por correio, rusgas à sede, depósitos e livrarias.

A dimensão mais estritamente política do teor dos livros publicados acentuou-se nas décadas de 1960 e de 1970, nomeadamente após a morte de Augusto Casimiro, em 1967, que foi o derradeiro diretor que tinha estado também na origem da Empresa de Publicidade. A publicação das atas dos congressos democráticos de 1969 e de 1973, realizados em Aveiro, ou títulos como Bombas sobre Hanói, de Wilfred Burchett, autor repetidamente traduzido, ilustram-no. A cadência editorial também revigorou e novas coleções começaram a fazer o seu caminho em áreas tão variadas como a economia, a história, o teatro, o comentário da atualidade ou a política internacional.

Luís Andrade | Daniel Melo *

CHAM, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, FCSH, Universidade NOVA de Lisboa

(Comissários)

* Este trabalho é financiado por fundos nacionais através da FCT – Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P., no âmbito da Norma Transitória – DL 57/2016/CP1453/CT0062.

Fonte: bnportugal.pt

Outros artigos em Divulgação Cultural:

MINDFULNESS: VISITA, RETIRO E CURSO

MINDFULNESS: VISITA, RETIRO E CURSO

A prática de mindfulness no museu oferece a possibilidade de estar plenamente atento e presente. Enriqueça a sua experiência da arte nestas visitas com meditação guiada.

SEMINÁRIO | Caminhos da Historiografia | A revolução de 25 de abril de 1974 | 16 abr. ’24 | 09h00 – 18h45 | BNP – Auditório

SEMINÁRIO | Caminhos da Historiografia | A revolução de 25 de abril de 1974 | 16 abr. ’24 | 09h00 – 18h45 | BNP – Auditório

Quando no final dos anos 50 e princípios de 60 se tornou evidente uma crise no regime do Estado Novo, logo acompanhada do início da guerra colonial, a historiografia portuguesa dava já sinais de renovação, em contacto com as práticas e teorias que noutras geografias se iam desenvolvendo. O Dicionário de História de Portugal (1963-71) de Joel Serrão, foi então uma expressão dessa mudança que se vinha desenhando desde o pós-guerra

Apoios/Parcerias:

Associação Portuguesa para o Estudo Clínico da SIDA (APECS)By The BookCarmo's Residence - Art ApartmentsConsulped - Consultórios de Pediatria e da FamíliaGreen Breeze - Discover the seasideiavirtual - aplicações interativasLACPEDI - Liga de Apoio Comunitário em prol do Estudo das Doenças InfecciosasLiga dos Amigos do Hospital de São Bernardo, LAHSB-CHS
LASAOrdem dos MédicosSociedade Portuguesa de Escritores e Artistas Médicos (SOPEAM)Sociedade Portuguesa de Medicina Interna: SPMISociedade Portuguesa de Medicina do Viajante (SPMV)sYnapsis